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Experimentalista

Um guia, uma ideia, uma sugestão, ou apenas um sítio onde vir dar um passeio

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Seg | 10.10.16

A Sarah Ensina: A comprar legumes

Sarah

Ah os legumes! Coisa que deve fazer parte do 50% do nosso prato, verduras boas e fibras espectaculares! Mas hoje, até aos legumes a crise chegou e cada vez mais temos dificuldade em encontrar as coisas que as nossas avós (com os seus quintais) produziam: legumes que, na sua composição, apenas tinham água e estrume. Ponto. 

Para nós, os que vivem na cidade, é impossível ou quase impossível ter acesso a estes produtos e a preços decentes. Vivemos numa época em que tudo o que é biológico e não sofre a imposição dos químicos é vendido a preço de ouro, mas isso são outros quinhentos......agora, os legumes!

Quando compramos legumes devemos ter atenção ao ponto fulcral para qualquer bem alimentar: a sua frescura. Há quem diga que isto é óbvio, que olhamos para um legume e sabemos que está fresco, mas eu não acho que seja tão simples assim. Alguns exemplos:

 

Couves:

Por norma, a frescura das couves é fácil de identificar, desde que saibamos ver os sinais:

1- folhas amarelas: se as folhas estão amarelas já não é fresco. O mesmo se aplica aos brócolos (pontos amarelos) e aos grelos (de couve ou nabo) que, se tiverem as flores todas abertas, é porque já foram apanhados há uns dias. Ainda que não seja prejudicial comer estes legumes com as folhas amarelas, o vosso intestino vai fazer uma reclamação pública e audível sobre as vossas más escolhas alimentares.....entenderam né? O mesmo se aplica aos espinafres que se querem rijos e verde escuro e nunca melados. 

 

2-Pontas greladas: o alho francês. Esse nobre legume, óptimo para fazer sopas aveludas e quiches. O que ele não pode ter? Um talo duro mesmo no centro. Há uma altura do ano em que, como qualquer legume, o alho-francês começa a espigar e no centro, ao invés da polpa macia, aparece um talo duro e que não vai nunca ser comido. Ou seja, se não verificarmos sempre o interior do alho-francês, vamos comprar um legume onde 50% do peso vai para o lixo.

 

3-O fundo dos legumes: Há legumes que, por mais horroroso que isto soe dito assim, têm que ser escolhido pelo "traseiro". Couve flor, brócolos, couve coração e repolho: todos estes, quando estão frescos, têm a zona do corte branca (couve coração e couve flor) ou verde vivo. Se estiver murcho, ressequido ou castanho esqueçam. Está velho.

 

 

Pepinos e courgettes:

 

-Têm que estar rijos e bem verdes. Estes são legumes um pouco difíceis de ver a sua frescura mas há sinais óbvios:

1-Estão moles = já estão a ficar podres

2-A casca tem uma espécie de picos = são amargos 

3-O pézinho na ponta está ressequido = já não são muito frescos

4-casca rugosa = estão a ficar ou já estão ressequidos e metade vai para o lixo

 

 

Depois há os legumes óbvios em termos de frescura:

1- Cenouras: se tiverem as folhas ainda verdes então são mesmo frescas. 

2-Alfaces: se as pontas estiverem verdes e o interior bem compacto, é fresca. 

3-Feijão verde: se tiver mole e com marcas castanhas já não está fresco. e há uma dica: arredondado e pequeno é de estufa; grande e largo é de ar livre. O pequeno costuma ser mais tenro. E caro.

4-Batatas: têm que estar firme e sem buracos. Mas facilmente nos enganam. Atenção: a variante "olhos de perdiz": malta, aquilo não são grelos! Os olhinhos vermelhos são mesmo específicos daquelas batatas. Já nas batatas doces optem pelas mais pequenas, já que por norma são mais tenras e saborosas.

5-Cebolas: se cheirarem mal fujam! Se estiverem greladas e tiverem partes moles estão continuem a fugir.

6-Espargos: se estão moles e com a ponta amarela é porque estão velhos.

7-Beringelas: têm que estar rijas e sem amolgadelas. Ficam podres à mínima pancada. A mesma lógica para os pimentos.

8-Cogumelos frescos: muito brancos, muito rijos e ainda com terra no pé. Sinal de frescura e apanha recente.

 

Agora, a dor de cabeça, o mágico de todos os legumes:o Abacate

Este nosso amigo verdinho e amplamente consumido pelas pessoas saudáveis vivem num constante limiar entre fresco e podre. Eu aprendi a comprá-los com o meu pai que me diz que um abacate está fresco quando a casca está ainda ligeiramente rija e assim pode ficar um dia na fruteira a amadurecer. Claro que, volta não volta, arroz queimado e um abacate lindo por fora, por dentro parece um irlandês sardento (no hard feelings, eu adoro irlandeses e tenho sardas!!).

 

De resto, em termos de conservação, os legumes de hoje duram na boa uma semana no frigorífico, desde que comprados frescos. Eu prefiro os do mercado, quer pela variedade de escolha, quer pela possibilidade de encontrar legumes que não vemos na maioria dos supermercados (inhame, fruta pão, alguns tipos de pimentas e malaguetas, etc). Eu costumo guardá-los no frigorífico dentro de sacos de plástico, apesar das cenouras não gostares de sacos fechados (ficas negras por fora) e os legumes de folha verde também gostam de "respirar" fora do plástico. 

As batatas e as cebolas não querem frio e as alfaces precisam de frio.

Outro legume com os seus 500 são as abóboras! Aguentam-se bem fora do frio, mas apenas inteiras, e alguns tipos são os ideais para doce: se, quando abrirem a abóbora, em poucos minutos, ela ganhar umas gotinhas à superfície, é abóbora para doce! As gotas são os açúcar naturalmente presente e com aquela vocês sabem que têm doce garantido. De resto, é sempre um bom substituto da batata em purés ou sopas. Cuidado apenas para não ficar tudo demasiado doce. Já os nabos querem-se de superfície lisa e pé ainda verde. Se comprarem uma coisa meio encarquilhada e já velha, primeiro, estará seco por dentro, segundo, a vossa sopa vai saber a tudo o que há de amargo e horrível neste mundo!

 

Já sabem, questões ou assessoria de legumes, é só dizer ;)

 

 Sarah

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