Muitas vezes dou por mim a pensar como é que deixam as pessoas sair da faculdade sem lhes ensinar as coisas mais básicas de sobrevivência enquanto adultos. Não falo da capacidade de se alimentarem e de manterem a sua higiene em dia, falo de coisas deste género, falo de uma cadeira que seria universal a todos os cursos e faculdade, algo como um "Guia de Sobrevivência do Jovem Adulto". Deixo aqui a minha lista:
1- Preencher o IRS:
Vocês têm noção de como aquela imensidão de anexos pode ser assustadora para um rookie das finanças? Uma pessoa que vá preencher pela primeira o seu IRS, ainda mais se tiver recibos verdes? Perdi anos de vida em filas nas repartições das finanças para muitas vezes sair de lá a perceber o mesmo.
2-Abrir/Cancelar contratos de Luz, água e afins
Mais uma vez, as burocracias portuguesas a dar cabelos brancos à criançada. Um contrato da EDP pode levar 15 dias, 15 DIAS, estar firmado e até mandarem um técnico lá a casa abrir o contador. Com a água não tive tantas dificuldades mas ainda assim, basta olhar para a factura para ver que até os canos onde a água passa nós pagamos. E leiam sempre mas sempre as letras pequeninas.
3-Cancelar um contrato de telecomunicações:
Ver sempre por quantos anos vamos ficar fidelizados e quanto nos vai custar rescindir contrato antes do tempo determinado. Por causa disto estou há dois anos entalada com a Vodafone a pagar uma pequena fortuna mensal.
4-Cancelar um contrato de trabalho
Há período de experiência? De quanto tempo? E mesmo que entrem para uma posição de efectivos, também há período de carência? E se for para vir embora, quanto tempo têm que dar a casa? Um mês, 15 dias, 2 meses? Ah pois os pequeninos saem da faculdade e não sabem nada disto. Mas também ninguém tem contratos por isso....
5-Recibos verdes
Como, mas como, é que ninguém ensina isto na escola!? Como ninguém teve ainda a brilhante ideia de ir ver com os miúdos quais os contras e os muito contras dos recibos verdes (para mim não há prós, desculpem). Ando nesta vida há mais de um ano e ainda hoje me vejo a dar tiros no pé.
6-Pedir abonos/subsídios
Passar 6h numa fila da segurança social e sair de lá sem o assunto resolvido porque não sabíamos que era preciso aquele papel. "Ah e tal mas a internet hoje já ajuda". Certo, mas se a senhora da segurança social vos quiser estragar a vida e não der a informação completa bem podem montar acampamento à porta da SS.
7-Economia doméstica
Nos USA esta disciplina é ensinada em TODAS as escolas secundárias. TODAS! Ainda que facultativa, quem quiser pode ir lá aprender a lavar roupa, cuidar da limpeza, aprender a cozinhar, aprender a passar a ferro, trabalhar madeira e até mesmo como cuidar de um bebé! Por cá também temos esta disciplina, mas a maioria chama-lhe mãe.
Estas foram apenas algumas ideias que me vieram há cabeça. Acho mesmo impressionante que se estude tanta xaxada e tanta coisa inútil (sim, há conhecimento inútil) e coisas importantes, do dia-a-dia, que iremos usar até ao fim dos nossos dias continuem num tão renegado segundo plano.
Ah as férias.......duas semanas de puro descanso e entrega aos prazeres do espirito e da carne. Duas semanas de deboche e esquecimento de horários e regras........e pelo menos dois dias a limpar carpetes. Romântico não? Eu sei que para muitas pessoas este post será inútil, que já ninguém usa carpetes (sábias mentes), que agora os tapetes vão à máquina (sábias marcas), que as carpetes que a vossa mãe vos deu desapareceram misteriosamente para um sótão húmido e com cheiro a bafio. Eu sei disso tudo mas eu ainda moro num califado das arábias e tudo o que é chão tem um tapetinho, ou um tapetão e parecendo que não, é coisa que se suja muito.
A primeira coisa que eu aponto nisto da limpeza das carpetes é o não sujar! O não sujar passa por coisas básicas como não andar com os sapatos da rua em casa. Sabiam que os nossos sapatos, depois de andarem na rua, têm tantos micróbios e matérias fecais como um caixote do lixo? Dos de rua? Onde vomitam os estudantes que apanham grandes bebedeiras? Pois. Eu não quero estas fontes de epidemias no meu chão e vocês, também não deveriam querer por isso nada de fazer como a minha vizinha de cima que a primeira coisa que faz de manhã é calçar os saltos de 10 cm com que vai andar o dia todo. E ela não tem tapetes em casa......
Agora o produto que para mim, mata qualquer bicharada e nódoa revelhada que tenha caído no vosso arraiolos ou no vosso persa:
Karpex
A marca já existe em Portugal desde os primórdios do tempos mas recentemente foi associada aos produtos Vanish. No início ainda tive as minhas dúvidas em relação à qualidade, já que não seria a primeira vez que um produto muda de cara e perde a qualidade mas este continua igual. Até o cheiro! É um sabão concentrado, de dissolução em água quente e que posteriormente se retira aspirando o tapete. Ficam impecáveis!
Como:
Num alguidar ou bacia deitar três litros de água quente. Não precisa ferver. Para esta quantidade 1/3 do frasco chega bem, mas também depende da sujidade do tapete. Precisam também de uma escova como esta
Estas escovas são de fibras de plástico, duras, ideais para dar grandes tareias de limpeza numa carpete mas num tapete mais frágil (como um arraiolos) há que ter mais cuidado para não soltar as lãs. Se pelo contrário, for um sintético resistente, então esfreguem como se a vossa vida dependesse disso! A técnica é simples:
Mergulhem a escova na água e trazendo água na escova deitem-na para cima da carpete e esfreguem. A escova tem que estar sempre molhada pois a seco vocês não vão limpar nada. E não se preocupem que não passa humidade para os tacos e eu tenho chão afagado debaixo das carpetes. De preferência façam movimentos em círculos e vão ver, imediatamente, a carpete a ficar limpa. E o cheiro é muito agradável, mas eu sou um bocado maníaca com as limpezas e gosto de cheiros como gasolina por isso......vale o que vale!
De resto, basta escolherem um dia quente, abrir as janelas de casa para o ar circular e em 2 dias têm as carpetes secas e prontas a ser aspiradas. Para quem tem miúdos pequenos que andem pelo chão ter cuidado redobrado com a aspiração e nos primeiros tempos usar uma manta para os gaiatos. Estamos a falar de químicos ok?
E agora vocês dizem: mas quem, quem Sarah Roberta, ainda limpa carpetes? Meus caros, quem não tem 60€ para dar à 5 à sec por um tapete de 60x120. Alguém como eu portanto. E ainda têm a benesse de no dia das limpezas de carpetes já não precisam de ginásio, pois num dia quente a lavar carpetes, suam mais que a Pugliesi nas aulas de spinning dela!
A gama também tem um tira nódoas para quando sujamos e podemos limpar logo o tapete mas isso já não me convenceu tanto.
Avisos:
1- se usaram a carpete para embrulhar um corpo, queimem-na.
2- se a parte de baixo tiver manchas idênticas ás de uma carpete usada para embrulhar um corpo, queimem-na
Ah e em contrapartida tiverem 300€ para comprar um super-aspirador com água que limpa as carpetes com uma técnica ultrassónica de alta potência e baixos consumos.....esqueçam tudo o que acabaram de ler.
Eu sei que criei este blog como plataforma de partilha de dicas, generalista e privado de opiniões próprias. Claro que parece que não me conheço ao negar que mais cedo ou mais acabaria aqui a escrever as minhas opiniões e noções de certo e errado. E além disso hoje é segunda-feira, tenho que ir ao ginásio daqui a 15 minutos e nem eu me aturo portanto tudo o que leio e acho genuinamente estúpido mexe mais comigo do que nos outros dias.
A galinha da vizinha:
Chama-se UBER. Oferece um serviço de excelência e diferenciado num país onde para ser taxista ou trabalhar em transportes públicos, o único critério para ser apenas respirar, não sendo o factor cérebro indispensável à prática da profissão. A UBER veio contrariar isso. A resposta dos taxistas: matá-los ainda era pouco.
O Governo/Geringonça
O governo vai legalizar o UBER.: os motoristas terão horas de formação. e terão que apresentar um título de condução específico. Teremos novos dísticos a identificar os carros (que não poderão ter mais de 7 anos e com seguro igual ao dos táxis). Só poderão ser chamados pela aplicação. Não poderão andar em faixas 'BUS' e têm que passar factura. E não terão os mesmos benefícios fiscais que os taxistas pois serão considerados fornecedores de serviços de tecnologia.
Resposta da ANTRAL:
E é isto. Porque elevar o nosso serviço à qualidade do outro, fazer por superar a mesma, e finalmente arrumar com a UBER não é justo. Porque se eu tenho um táxi com 20 que cheira a tabaco e peidos, que faz barulhos assustadores por todo o lado e eu mesmo considero o banho como um extra de serviço, não estou para mudar isto. Porque quando o cliente pede factura eu tenho direito a fazer trombas. Porque quando o cliente diz para onde quer ir eu posso muito bem arrancar sem perguntar pelo caminho preferido. Porque eu posso levar o rádio a dar o relato da bola (um derby lisboeta por exemplo) e ir o caminho todo a insultar os sportinguistas. E se o cliente for sportinguista isso é problema dele. Porque eu posso apanhar uma miúda nas docas às 4h da manhã e achar que o melhor caminho para a levar para o destino (a casa dela) é pelo Monsanto. Porque eu posso passar um sinal vermelho ou fazer manobras perigosas e chamar filho da puta a quem me apitou. Enfim, porque "eu sou um taxista e estes cabrões da UBER vão todos morrer à pancada". Obrigada One Woman Show por partilhares isto.
Eu amo o meu país e as minhas gentes. Mas ás vezes, em pequenas vezes, sinto que a guerra do Ultramar e a emigração ficaram com os portugueses errados.....
Acabo de ler esta frase, já no fim de uma reportagem que saiu hoje no Observador. O artigo, do ponto de vista jornalístico está muito bom, a informação está lá toda, contudo, se não fosse o António Serzedelo não teria acontecido. Simplesmente pelo facto de, como se fala em todo o artigo, ser velho e ter relações sexuais já é visto como pecado moral, nojeira, então se falarmos de um casal homossexual, já entramos na aberração, ou como ele diz "bichas tontas".
Incomoda-me muito o mau trato à diferença alheia. Muito mesmo. Confesso que o meu sentido de humor me permite fazer piada com tudo, principalmente, de mim da minha vida mas nunca, nunca, seria capaz de maltratar alguém por causa da sua orientação sexual. Vivemos num país ainda recheado de culpa judaico-cristã. Vimos acima de tudo num país cheio de culpa: somos culpadas se os nossos filhos não gostarem de nós; somos culpadas se os nossos maridos (ou mulheres) nos traírem; somos culpadas se o chefe nos assediou; somos culpadas e culpados por gostarmos de quem a sociedade não acha ser a "pessoa certa".
A velhice está na sociedade moderna sujeita ao mesmo abandono e repúdio como a lepra do século XVII estava para a sociedade da época. E o pior? São os velhos da cidade, rodeados por milhares de pessoas, que mais morrem sozinhos. Independentemente das suas escolhas de vida e das atitudes e posturas que se decidiu a tomar, ninguém merece morrer sozinho. Nem os animais, quanto mais uma pessoa.
Um filme que me tocou imenso nesta temática e que, para mim, tem uma estética irrepreensível é o Single Man do Tom Ford.Se puderem e quiserem vejam. Ajuda a entender algumas coisas.
Precisei de um mês, quase mais meio, para conseguir pintar as minhas unhas! Todos os dias, durante este período, usei uma mistura de endurecedores da andreia, o Complex+ e o reparador com abacate. Fugi de removedores de verniz com acetona e usei vaselina a rodos para as cutículas (melhor coisa de sempre!). Muita paciência, limadelas, lascas e pontas partidas até ao sabugo, finalmente volto a ter umas mãos apresentáveis e uma unhas capazes de manter o verniz.
Claro que não posso usar qualquer um pois ainda não estão umas unhas perfeitas (que nunca foram também...) então, seguindo o comentário da Mula ao meu último post sobre este tema, fui à Kiko e comprei o Perfect Gel Duo, o 704 (vermelhão! Fáfá de Belém!) e não podia estar mais satisfeita. Vem numa embalagem com dois vernizes, a cor e o top coat, por 7,90€ o conjunto. Vale muito a pena.
Quanto a mim, voltar a pintar as minhas unhas foi toda uma aventura. Primeiro, há dois anos que não me dedicava a isto e optava pelo "facilitismo" do gel. Depois, voltar a ganhar coordenação suficiente para pintar a mão direita (eu sou destra) e o resultado não ser uma pintura rupestre feita por uma pessoa com espasmos. Terceiro, voltar a comprar toda a parafernália para arranjar as unhas. Mas estes vernizes facilitam muito o processo com o tipo de pincel que, numa passagem quase, cobre toda a unha. E secam muito rápido evitando assim as falhas e rugas e tudo tudo o que se agarra a umas unhas acabadas de pintar.
Por fim, deixo-vos uma foto original do estado destas mãozinhas:
Quem escreve e gosta mesmo muito de o fazer tem algumas manias que, com o tempo, tenho vindo a descobrir serem comuns a muitos dos que escrevem. A escrita é encarada quase como peça de coleccionador e tida com o mesmo relevo e cuidado com que um filatelista trata os seus selos ou um ornitólogo observa os seus preciosos pássaros.
Uma das coisas a que damos mais relevância é à caneta. Sim, os que gostam de escrever têm manias com canetas. Coisa fortíssima por sinal! Do que a mim diz respeito, se gosto de uma caneta, não a largo mais e é a única caneta que não empresto. Na faculdade só fazia os exames com uma caneta específica e quando acabou, fiquei com o síndrome da perda.....por uma caneta!!! Mas é a grossura do traço, a cor da tinta, se é preto preto ou cinzento, se é azul ganga ou azul claro, a pressão necessária para a fazer correr no papel e por fim, o som que faz aos escrever.
Claro que quem liga a canetas e sons liga a canetas de aparo. É uma associação impossível de desligar. Ouvir um aparo deslizar em papel grosso, de preferência, papel de linho, com veios.......ahhhh puro orgasmo literário! Eu adorava ter tempo e paciência para um dia, quando me casasse, poder escrever todos os meus convites à mão. De loucos não é? Sim, mas haverá maior indicação de que queremos mesmo aquela pessoa presente num dia tão especial? Abomino convites de casamento electrónicos, apesar de lhes entender a utilidade.
E quem gosta de escrever tem sempre uma mania por um sítio, uma cadeira, uma música que o ajuda no processo. Claro que não podemos ser picuinhas ao ponto de só escrevermos em noites em que lua cheia faça um ângulo de 90º com o oceano e sempre que se verifique que o vento corre de sul! Isso não é gostar de escrever, isso é mania. Para escrevermos apenas precisamos de algumas condições de conforto, de sossego mas, acima de tudo, de rotina. Quem não tem rotinas pode ter o próximo romance de sucesso dentro da gaveta que nunca o vai acabar. A rotina e a estrutura são as melhores amigas de um escritor, por muito pouco literário que isto possa soar. Espreitem aqui algumas das manias dos maiores escritores de sempre.
Quanto a mim (ainda tão longe de algum dia ser uma escritora) assumo que o sossego e a escrita nocturna me completam. Nunca fui um passarinho da manhã e até ás 11h00 não consigo pensar normalmente e é por isso que de noite, o que vale a pena ser escrito, aparece. E a minha mais recente mania é uma caneta nova da uni ball, a AIR. Imita a escrita com caneta de aparo mas não pinga, não borra e não suja as mãos. Escreve com qualquer inclinação e em qualquer tipo de papel. Comprei-a e senti-me uma miúda no natal! É a minha mais recente caneta não emprestável.....até porque me custou quase 5€, em promoção!
A roupa é aquele assunto que desperta em mim os mais evidentes sinais de que sofro de um transtorno obsessivo compulsivo não detectado medicamente. Há qualquer coisa na roupa branca que me dá um prazer inexplicável, uma sensação de que tudo está bem na minha vida, a cor nenhuma associo a limpeza como ao branco. Claro está que esta história de amor com a roupa branca faz de mim uma Beatriz Costa lavadeira à beira rio, no meu caso, à beira lava loiças, o que é quase a mesma coisa tendo em conta a dimensão da coisa e o estado molhado em que eu também fico. A roupa branca merece da minha parte um cuidado extra porque no branco não há lugar para disfarces: se sujou vai-se notar longe; se a zona das axilas está amarelada vamos passar um look mal lavado e porquinho; se os colarinhos das camisas estão castanho (vulgo, com "sarro") mesmo que a camisa tenha saído da máquina, vai sempre dar mau ar a quem a usa.
Eu sei que a maioria das pessoas não tem vida para passar toda a roupa a pente fino antes de a colocar na máquina mas há pequeno truques que ajudam muito neste processo. O primeiro é para mim o mais importante de todos:
O Uso de Sabão
Sim, sabão. Daqueles que as mães e as avós tinham em casa e com o qual ameaçavam passar-vos na língua quando diziam disparates. Sabão azul de branco, sabão Clarim, sabão para sedas (diz mesmo assim na embalagem), o bom e velho sabão!
Desengane-se quem acha que a minha arma de limpeza são as lixívias para a roupa que vemos nos anúncios e que acabam sempre em vanish, white, mega white, super white, extra clean e outras tretas que tais. Ainda que quando coloco a roupa na máquina adicione sempre uma dose disto ao detergente, nada bate o poder de limpeza do sabão.
Eu uso-o directamente nas zonas que precisam de uma esfrega pré-máquina ou em saboaria
Directamente:
Há diferentes tipos de sujidade e diferentes tipos de trabalho a tirar a mesma. Por norma, punhos e colarinhos ficam impecáveis com uma passagem de sabão e uma boa esfrega, coisa de segundos! Costumo dar sempre este tratamento a estas peças de roupa pois a máquina não vai a fundo a estes sítios e assim evito ter que levar a mesma peça à máquina (coisa que, com o passar do tempo, vai comprometer os tecidos). Além das zonas onde estão as manchas também temos que ter cuidado com o tecido em si:
Algodões:
São resistentes por isso quase qualquer produto e tratamento é bem tolerado
Linhos:
Para mim, são os irmãos saloios do algodão e, por isso mesmo, mais danados para tirar nódoas! Comportam-se bem com sabão mas nada de lixívias ou produtos agressivos ou ficam com uma manta de retalhos ao invés da toalha da vossa avó.
Sedas:
São as dondocas dos têxteis. As sedas querem água fria e sabão para sedas, menos agressivo que os outros tipos de sabão. E nada de deixar a secar no estendal ao sol das 12h, quais bacalhaus. As sedas (as mais baratas) perdem a cor quando muito expostas ao sol.
Lãs:
Sabão das sedas e garanto que as malhas ficam macias e limpas.
Saboaria
A velha técnica das senhoras que faziam disto vida, vulgo, lavadeiras! Admiro tanto estas senhoras. Vidas inteiras metidas dentro de água a lavar peças imensas como lençóis ou colchas, tudo por tuta e meia. Uma boa saboaria tem dois ingredientes: água quente e sabão ralado. Em conjunto com a água quente, o sabão torna-se um super herói das donas de casas em aflição com as manchas. As únicas nódoas que não devem ir a água quente são as de sangue, que em contacto com a água quente "coze" e aí bem podem deitar a peça fora. De resto, todas as nódoas têm uma morte triste ás mãos deste duo maravilha. O ideal é sempre, mas sempre, dar uma esfrega inicial à peça com a nódoa difícil. Depois sim, para ir buscar a brancura que queremos deixar a peça de molho na saboaria, até mesmo de um dia para o outro, já com a água fria.
Nódoas que me tiram do sério:
Vinho
Sabão e água fria. Esfreguem bem e se a nódoa não sair façam a seguinte mistura: 1 copo de água cheio para meia tampa de lixívia para o chão. Sim, lixívia de lavar chão e afins. Adicionem também umas rapas de sabão e molhem a zona com a nódoa nesta mistura uns segundos de cada vez. Ao fim de 3 demolhas vão ver que a nódoa saiu. P.S- OBVIAMENTE não fazer isto com peças de cor.
Manchas amarelas
Se querem recuperar aquela t-shirt favorita, esfreguem primeiro com sabão e depois usem a técnica descrita acima.
Sangue
Não sou uma serial killer mas sou mulher. Está tudo dito. Usar a mesma fórmula acima caso a nódoa não saia só com sabão.
Gordura
Muito sabão e água morna. Se a nódoa for coisa do chifrudo, usem o bom e velho detergente da loiça! Se isto também não funcionar, vão as compras de uma peça nova.
Batom
Quem sabe que o batom é na sua maioria gordura, quem quem? E quem já teve que tirar batom de um vestido de seda, quem quem? Eu. A minha mãe foi para um casamento com um bocadinho de sabão na pochete. E é por isso que é a minha pessoa favorita no mundo.
Graxa
O terror de um homem que engraxa os sapatos. E da mulher que vai em seu auxílio perante uma bainha preta num fato cinza. Sabão e detergente da loiça, água quente com fartura e um ralhete sobre a estupidez de engraxar sapatos já vestido.
Agora, se os vossos amores ou vocês mesma forem mecânicos.......may God have mercy on your souls! Nem eu sei desencardir roupa com óleo de motor. Já ouvi relatos com o uso de água rás e sabão macaco mas nunca vi resultados palpáveis.
Claro que há nódoas e, acima de tudo, tecidos com que eu não brinco e prefiro ir directamente a uma lavandaria (já despejei meio frasco de limpa fornos num sobretudo de lã!!!) mas as nódoas do dia-a-dia, essas, não me escapam.
Quanto ao detergente para a máquina, passo a publicidade e assumo-me mega fã do Skip. Principalmente do que cheira a sabão! Ah e se querem ver os resultados da saboaria, coloquem a roupa a corar, ou seja, estendam-na sem a passar por água limpa e deixem secar. Aquilo parece um branqueamento de dentista!
Espero ter dado mais uma ajuda e boas limpezas!
Mais uma dica: tenho as minhas gavetas cheias de saquinhos de cheiro, com alfazema, cidreiras e príncipe. A minha avó enchia as arcas da roupa com maçãs Bravo de Esmolfe e não tenho memória mais feliz ou cheiro que mais me aconchegue a memória.
Sardinha "Aldeira da Roupa Branca" de Bárbara Gomes Artilheiro
Quase todos os dias tenho lido, em vários blogs, textos relacionados com a Life Crisis, a insatisfação, o sentimento de não estar bem nem feliz e a impotência de não saber como resolver. E todos os dias, a cada texto que leio, me identifico mais.
Tenho 28 anos. Uma Licenciatura e uma pós-graduação. Já fiz uma mão cheia de formações de especialização. Todas elas com excelentes críticas e reviews dos formadores. Falo 3 línguas e percebo outras duas. Tenho bom aspecto e sei estar. Estou num emprego a recibos verdes onde, por um lado, faço os horários que quero e a gestão do trabalho é minha. A noção de chefe/patrão é quase inexistente. Por outro lado, morro de medo dos valores do IRS do próximo ano e vivo de fim do mês em fim do mês.
Ainda não moro com o Querido e já o dinheiro é motivo de "discussão". Não estou feliz com o que alcancei até hoje e o sentimento de culpa, de "devo ser eu que não estou a fazer alguma coisa bem!", corrói-me os dias e agora já corrói as noites.
Se por muitos motivos não me posso queixar da vida que tenho e dos privilégios/luxos que ainda usufruo, por outro, sinto o maior falhanço da história desde a pastilha elástica com sabor a alcatrão.
E sim, tenho vivido neste limbo, neste vai e vêm entre o "deixa masé os sonhos parvinhos de lado e arranja um trabalho de adulto que pague as contas como deve de ser" e o "então mas....e se eu desisto, e o sonho está a apenas duas porradas de picareta?". E apesar de tudo, é quase reconfortante saber que há mais gente a divagar neste limbo.
Talvez o meu maior mal seja mesmo o medo de arriscar.....e o gosto pela estabilidade. Em demasiados campos já lidei com a instabilidade então quando consigo um pouco, sou demasiado intransigente a coloca-la em causa.
Não podemos já passar para a fase em que sou uma mega resolvida com a vida, tenho um cada simpática e ainda sonho com isso das férias?
-Aquela matemática traumatiza-me. Nunca hei-de passar aquilo.
(Ele está desde 1874 a tentar fazer a matemática e eu ao mesmo tempo há espera de poder dizer que namoro um Engenheiro)
-Eu entendo-te. Fiz a matemática A, a dos duros! E ainda hoje não sei como. De cada vez que lia uma daqueles problemas dos testes, tudo me soava a isto
Tendo o João tem 3 bananas, se ele se despistar com 4 carros, quantos aviões não vão levantar voo?
Pausa para nos rir-mos que nem uns perdidos durante 30 minutos
-Mas sabes, a única coisa que ainda uso na minha vida, quase todos os dias, é a regra dos 3 simples!
-Sim! A única coisa matematicamente útil que aprendi na escola!
Ele é gestor de clientes de topo, daqueles que gastam somas pornográficas em "coisas" e todos os dias mexe num excel mais complicado que o metro de Londres.
Estou há 15 dias a trabalhar num escritório de revisores de contas. E ainda não acabei.