Pois é meus amores blogosféricos, aqui a Je, a maior saloia que, ainda que já tenha palmilhado meia Europa nunca dela tinha saído, foi ao México. E foi ao México como prenda de anos do Querido! Digam lá que não tenho o namorado mai lindo e que mai gosta de mim? Também ele tinha férias e se ele não "oferecesse", a contar pelas minhas Finanças em tudo piores que as do país, íamos curtir duas semanas de Quarteira.
O que dizer destas férias? Tendo em conta que estava no México e vos fiz um post todo melicodoce cheio de coisas bonitas, podem imaginar o estado de graça em que aqui a criança se sentia e, fora as parvoíces, há muito, mas muito tempo que não me senti tão feliz.
Ora bem, vamos por partes:
A marcação da viagem
Este ano as férias só chegaram em Outubro. Nada que me desagradasse muito, mas a verdade é que eu já confundia a mão direita com a esquerda, dormia pouco e mal e fazia asneiras ridículas. E o Querido estava igual. Então lá começámos a pensar para onde poderíamos ir e ele, assim em bom, mete o México nas opções. Claro que tudo o que vinha daí para baixo foi com os ananazes e México seria!
Fomos a uma agência da Abreu (passando a publicidade, mas o meu idoso so viaja com agências em bom, com as pessoas que conhece há 234 anos) e eles deram-nos valores (simpáticos até) para uma semana. As datas? O meu aniversário claro que, de há 3 anos para cá, tem sido cada vez mais miserável. Not this time, not this time! Ainda tivémos um inconveniente com as disponibilidades do hotel que queríamos, acabando a ir para outro. O que acabou por ser a melhor decisão de sempre! Dali um mês eu ia estar de molho em água morna....
O voo
Não consigo dormir nas viagens. É impossível, o meu corpo só assume que é para dormir se estiver deitado, cabeça numa almofada, de preferência, virada para o lado esquerdo. Posso estar a morrer de sono, ter tomado dois vomidrines, estar bêbada, não durmo, então a ideia de 9h dentro de um avião soava-me a pesadelo. Não foi.
Ainda que não tenha dormido nada (muito pela hora do voo, ali a meio do dia), as primeiras 5h até passaram bem. O avião era um charter por isso não há cá espaços para perninhas nem revistas actuais e a comida era do pior que já me passou pelo estreito mas passou-se. O pior foram as últimas 4h. Foi doloroso! As pernas já só queriam estar esticadas, torbulência com fartura, crianças a chorar e fome. Até que no monitor, lá ao fundo, se vê Cancun e, caramba, estamos a chegar ao México! A companhia foi a Orbest e ainda que fosse muito Or, não era muito Best.
Safaram-se os filmes (Creed, Rio e mais outro).
Estamos no México
Saio do avião aos saltinhos, nem no Natal fico assim! O nosso voo foi o único naquela noite por isso a confusão não era muita e rapidamente estávamos nas filas para carimbar o passaporte. E eu, parolinha, de passaporte na mão e sorriso de orelha a orelha com aquele ar mesmo "ai menina carimbe lá isso que eu quero sentir água do mar quente nos pés!". Carimbos tratados, espera de 40 minutos pelas malas e saímos do aeroporto e do seu A/C.
Como é que eu vos explico isto......eram 19h45 hora local e a sensação foi a de ter um ventilador ligado no quente apontado à minha cara. Senti naquele preciso momento que estava de férias. Que estava nas caraíbas e que aquilo ia ser tudo o que nunca tive no meu país. Estavam 32º e um rapazinho suado que segurava um cartaz levou-nos ao nosso autocarro.
A viagem até ao Resort
Em Portugal já eram quase 3h da manhã por isso metade do que o guia disse eu já ouvi, apenas retive que íamos ser os últimos a sair do autocarro. Sei que ele falou dos mosquitosauros (morderam-me por cima das calças!), alertou-nos para o valor a pagar em € no fim da viagem e pediu a propina para o bagageiro. No México eles pedem propina para tudo mas como fazem a festa com 1$ até o mais sumítico dos Tios Patinhas vai semeando dólares. Connosco seguiam dois casais em lua-de-mel, um grupo de 6 amigos e amigas e um casal já entradote com a filha trintona (más línguas...). Eu já só queria chegar ao hotel e o Querido já só respondia como monossílabos.
Um corredor verde ladeava o autocarro. Lombas a cada 5 metros faziam-nos saltar nas cadeiras e de vez em quando lá se via um bicho a passar demasiado rápido para conseguirmos perceber o que era. Tinha caído uma chuvada há menos de uma hora então a terra deitava ainda fumo quente, suava. No rádio tocava uma balada mexicana, do meu sofrida que há e, umas filas atrás de nós, o grupo de 6 ria e contava piadas e ia gritando "carrega Xico!" ao nosso condutor.
Parámos na entrada do Hotel. É bonita, larga e com chão de pedra e arenito. O telhado é feito de uma teia de troncos cobertos com colmo seco e no meio há uma fonte. Está tanto calor! Está tão bom. Tiramos as malas e de seguirmos para o quarto damos as indicações ao bagageiro (que não levou propina e até hoje, nos deverá odiar). Fazemos o check-in, recebemos as indicações e vamos para o quarto.
Acho giro andar tanta gente entretida e divertida com as máscaras, ali tudo entre a bruxa e o vampiro, contudo há uma coisa que eu não consigo deixar de pensar:
AMANHÃ SÃO AS ELEIÇÕES DOS ESTADOS UNIDOS E O TRUMP E A HILLARY ESTÃO A UNS SINGELOS 1% DE DIFERENÇA NAS INTENÇÕES DE VOTO
Nos últimos anos temos importado várias tradições americanas mas, se há coisa que eu não quero importar, é o "Presidente" Trump. E com isto não digo que a Hillary seja melhor escolha.....
Posto isto....entre vampiros e bruxas, lembrem-se que estamos a celebrar uma cultura que está a 1% de diferença de eleger o Trump. O TRUMP!
É verdade, senhoras e senhores. Ao fim de um ano tive duas semanas de férias. E o que eu laureie a pevide!
Primeiro porque fiz pela primeira vez uma daquelas viagens de 9h dentro de um avião, com não sei quantos jet lags diferentes e com direito a passaporte e passagem na alfândega. Falarei mais durante esta semana pois foram umas férias que valem mesmo, mas mesmo, a pena.
Depois, descobri um sítio muito agradável e a um óptimo preço na terras algarvias, mais concretamente, em Portimão. E também deste sítio pretendo falar durante os próximos dias.
Por fim, tenho 29 anos caramba. Feitos no dia 17 e com direito a post directo do outro lado do Atlântico. E sen antes já sentia esta necessidade de fazer acontecer e pôr a mexer, então agora, com os 30 a um degrau de distância, estou que nem eu me aturo!
Posto isto, blogosfera do meu coração, preparai-vos para uns quantos posts mete nojo à laia de "ó pra mim de molho e a curtir os 30 graus e vós todos de molho mas em chuva!".
.....mas hoje faço 29 anos. E estou tão tão feliz que ontem a meia noite, quando pela primeira vez entrei na água do mar e ela estava quente e a lua cheia era maravilhosamente branca e brilhante, me deu vontade de chorar. E porque eu tenho tido tantas dúvidas e medos, tenho sentido incapaz e cansada, tenho-me perguntado porque ainda não alcancei todas as minhas metas, mas depois, dias como o de hoje acontecem e cai-me no colo um homem maravilhoso como o que tenho. E nestes dias, até dá medo de dizer em voz alta, que sou feliz❤ Sejam-no vocês também!
Eu nasci de uma mãe sindicalista e com problemas de saúde desde uma idade em que ninguém devia estar doente. O resultado, foi eu, desde cedo, ter sido confrontada com o direito de questão e dúvida em relação ao diagnóstico médico. A minha mãe pergunta para que servem os medicamentos e a que lhe vão fazer mal, pergunta se aquela dose não será demasiado elevada e recusa-se a tomar coisas que lhe vão fazer mais mal do que bem. É assim o "terror" de muitos médicos mas o resultado disto, é que ela acaba a ser seguida por médicos que são bons comunicadores e que a tratam como pessoa e não apenas como paciente. Que é o que todos deviam obrigatoriamente fazer.
Agora o meu caso:
Desde miúda, como é suposto e normal, já fui seguida por diferentes ginecologistas, entre médicos e médicas. De uns gostei, de outros saí do consultório a saber que nunca mais lá poria os pés mas, no geral nunca me senti negligenciada. Até há 2 meses atrás.
Fui a uma consulta por causa daquelas "coisas de mulheres" e saí de lá com um diagnóstico de cepto uterino. Mais nada me foi explicado e a médica calorosamente chamou-lhe "olhinhos de chinês". "Ah mas é pequeno, nada a preocupar! Os bebés sabem o que fazem!". Tudo certo. Até eu chegar à nossa amiga internet e ver todos os cenários escabrosos deste tipo de diagnóstico, finalizando tudo com, "possibilidade de infertilidade ou abortos às 9 semanas".
Imaginam o pânico? Ainda que não queria ser mãe amanhã, eu quero ser mãe! E não é na altura de ir aos treinos que vou andar a ver se tenho ou não problemas de infertilidade! Fiquei doente com isto.
Duas outras médicas (estas sim, profissionais que me tranquilizaram) e uma mini fortuna depois, tenho exames marcados. E gostei especialmente da reacção da segunda médica
"Isto não se diz assim a uma mulher! Não se dá um diagnóstico de possível infertilidade e deixa-se por isso mesmo! Há exames, métodos de diagnóstico e eles são para ser usados. E não é quando a gravidez vai a meio!"
Passou-se e eu gostei.
Portanto.....isto só prova que perguntar, questionar e ter o direito sobre a própria saúde não é coisa de gente com mau feitio. É um DIREITO de todos nós. Há bons e maus profissionais em todo o lado e nós temos que procurar os melhores.
A internet "crashou" há alguns momentos quando o Nobel da Literatura foi relevado: Bob Dylan. E a falta de consenso não podia ser maior, ou amam ou odeiam, a mim, dá-me apenas alguns (muitos) mixed feelings.
Se por um lado dou as maiores e mais sinceras felicitações ao artista e arquitecto musical que é Dylan, por outro, no que à literatura diz respeito, sou ainda uma quadradona. Vejamos:
-Há quem diga que o Dylan ganhar um Nobel é o equivalente a um escritor ganhar um Grammy porque uma obra sua foi musicada; correcto
-Mas não poderão os poemas das letras de Dylan ser considerados, literatura? E para não falar só de Dylan. Freddy Mercury, Janis, Bob Marley. Não foram todos eles letristas de obras fantásticas? Contudo
-Se não fossem musicadas o efeito seria o mesmo? Teriam as letras de Dylan chegado a nós da mesma forma e com a mesma intensidade, se fossem "apenas" literatura?
Já o prémio do ano passado foi muito criticado por ter sido atribuído a Svetlana Alexievich, uma jornalista ucraniana de não-ficção. Há quem não considere este género um estilo literário, mas sabem que mais escrevia não-ficção? Churchill, Hemingway, Max Weber, Martha Gelhorn, entre tantos outros brilhantes escritores. Posto isto, será o Nobel de Dylan a consagração de um letrista, musicólgo e poeta e a abertura dos horizontes estritos e sérios da academia sueca?
Não me choca o prémio para Dylan, apenas ainda não o digeri muito bem.
Enquanto isto, a dona Alice Vieira já diz que é ridículo e que para o ano vai o Quim Barreiros à nomeação. Na minha terra isto tem um nome - cotovelite dolorosas!
Sou a tipa mais ansiosa no que diz respeito a mudanças. Fico a suar frio, tenho tremores, deixo de dormir. Tenho um imenso medo de, mesmo não estando como quero, mudar e isso acabe a ser para pior. Ainda que tudo aponte para o contrário. Neste momento, a uma semana de fazer 29 anos (!??????!!!!!!!!!) é assim que me sinto perante tudo o que aí vem:
O primeiro já me dava ânsias há algum tempo. Devo ser uma das 3 pessoas do planeta que ainda não leu o livro (NINGÚEM MO QUER EMPRESTAR, NÃO!?) mas há muito que o quero fazer. Já o filme.....deu-me alguns mixed feelings.
Gostei muito da prestação da Emily Blunt e penso que ela conseguiu prender o espectador ao ecrã mas os restantes actores resvalam para o normalzinho. Mas a história, o cerne da questão, para mim, é simplesmente espectacular! Eu sou uma ferverosa fã do género thriller, em cinema ou em livro, e este filme podia ter explorado isso muito melhor. Gostei de como acaba e de como revela o "wow factor" (quem leu sabe do que falo) mas há momentos em que tudo parece um pouco perdido....e eu perdi-me. Saí do cinema com ainda mais vontade de ler esta obra.
Adoro este cartaz!!
Já o Snowden....hat´s off!
Primeiro é uma obra so mestre altíssimo do cinema: Oliver Stone. Depois relata aquilo que eu mais gosto nos filmes: uma história real.
Para quem não sabe, o Snowden trouxe à luz e aos meios de comunicação social a espionagem que o governo americano fazia aos seus cidadãos, sob a alçada do argumento "para a vossa própria segurança!". Podem ver o contexto aqui. O Ed Snowden continua fugido na Rússia, sob acusações de espionagem e mesmo atentado contra os Estados Unidos. E se eu o admirava antes, agora é um herói, o tipo que levou à criação do movimento Anonymous! Um homem brilhante, de uma inteligência como poucos e com uns cojones do tamanho do Pentágono! Brilhante.
E o filme agarra-nos do início ao fim, com um enredo rico e tão bem montado, uma lógica em cadeia, intercalando a vida pessoal do Snowden e as suas escolhas, com informações e métodos de trabalho da CIA, FBI e a NSA. E o meu merecido elogio para o Joseph Gordon-Lewit pelo esforço em ser o Snowden himself.
Aconselho que vejam os dois filmes pois os dois têm qualidade, enredo e história, mas acho que se percebe qual deles ficou como o favorito.